Sobre Fidel e Cuba
Por João Castro
“Vi ontem um bicho, na imundice do pátio, catando comida entre os detritos...
Foi assim, era 10 horas da manhã
e uma mãe, ainda adolescente, completamente fora de si, talvez por falta de comida e carinho, abandonou a filha de 1 ano e pouco no meio do
asfalto e foi embora.
Completamente transtornada, a
mãe, com outro filho de mais idade no carrinho de bebê, bradava com palavras
inaudíveis o seu desespero.
As pessoas assistiam a tudo e
nada diziam, os que cochichavam alguma
coisa era pra criticar a sua cor, ela era negra.
Ninguém queria saber o porquê
daquele momento de cólera.
Não importava, quem tinha comida
em casa e crença que tinha uma família feliz, apesar da infelicidade dos
outros, estava feliz.
E a criança ficou ali por alguns
angustiantes minutos.
O Avô, bebia num bar em frente e
nada fazia, a dona do bar, pegou a
criança e levou para perto do avô que permaneceu indiferente a presença da
neta.
Estava mais interessado na sua
bebida.
A criança perambulou pela frente
das lojas, sozinha e triste, pedindo atenção e carinho de alguém.
Mãe, pai (ausente) e avô
indiferente, abandonaram a criança que já nasceu excluída.
Em Cuba essa imagem não seria
vista, as crianças e idosos tem atenção
especial.
Em Cuba, onde tudo é modesto, jamais
faltará atenção as crianças e solidariedade ao próximo.
Ontem, após a notícia da morte de
Fidel, vi muita gente feliz e sorrindo pras paredes...
Diziam que Cuba acabaria.
Ledo engano, o povo cubano aprendeu
nesses tempos difíceis, que uma sociedade só se constrói quando todos tem
oportunidades iguais e são livres.
...O bicho não era um cão, não era um gato,
não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”.
O bicho, meu Deus, era um homem”.
Manuel Bandeira
João de Castro é militante do PCB
e produtor de Cinema e TV
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